Muito tem se falado sobre as 4 ondas tecnológicas – cloud computing, social business, mobilidade e
big data. Mas, um grande
tsunami se aproxima e numa velocidade cada vez maior - é a Internet das Coisas
ou de Internet de todas as Coisas (IoT).
Por que
tsunami? O Tusunami são ondas gigantes que se formam no meio do Oceano.
No alto mar elas são
baixas não passam de 30 cm de altura, mas à medida que se aproximam do litoral
perdem velocidade a ganham força e altura, podendo passar dos 20 metros, e com
um enorme poder destrutivo. Sua formação pode ser causada pela movimentação da
crosta terrestre (terremotos ou vulcões), através dos ventos durante uma
tempestade ou por corpos celestes.
O que vem acontecendo
com o avanço tecnológico, numa analogia,
é um verdadeiro tsunami. O rápido desenvolvimento das ciências (química,
microeletrônica, nanotecnologia, biotecnologia, software, entre outras)
implicou diretamente na miniaturização dos chips que influiu diretamente numa
queda vertiginosa no custo de fabricação desses componentes e, através de
softwares, a cada dia mais inteligência vem sendo incorporada. O investimento
no design e na integração de tecnologias diversas (convergência entre voz,
dados e imagens) resultaram em equipamentos
cada vez “mais portáteis e amigáveis” e com grande poder computacional
(laptops, netbooks, ultrabooks, tablets, smarthphones, entre outros), o que
influiu na alavancagem, desenvolvimento e materialização de tecnologias como o
Cloud Computing. Todo esse cenário foi propício para acontecer as mudanças
comportamentais profundas (redes sociais e mobilidade) que estamos hoje
vivenciando. Na prática, todo esse ambiente, foi propício explosão na geração
de mais e mais dados, um volume imenso, sendo a grande maioria, não
estruturado, principalmente devido à mobilidade. Surge o conceito de big data /
analytics. Um novo campo onde dados precisam ser filtrados, analisados e
transformados em decisões de negócios. Na minha opinião, a tendência do big
data continuará ganhando força, mas os tomadores de decisão devem se preocupar
com o fator humano. Aliar insights resultantes da empatia à confiança analítica
em mercados-alvo relevantes pode ser uma boa maneira de aproveitar o melhor das
duas abordagens de pesquisa.
A internet das coisas está diretamente relacionada a todo
esse avanço tecnológico, ao uso cada vez maior dos “chips inteligentes” e em
aplicações cada vez mais diversificadas. Essa tecnologia não vai revolucionar
somente o mundo da informação, em outras palavras, a forma como os dados são
gerados. Vai transformar a maneira como as pessoas lidam com a tecnologia,
vindo esta a fazer, como já faz hoje, cada vez mais parte do dia a dia das
pessoas. A interação homem com coisa e vice-versa e, e de coisa com coisa, nos
abrirá portas para um mundo mais interativo e sustentável. Para darmos uma
pequena viajada, imaginem uma planta solicitar a uma torneira que ela precisa
de água ou por intermédio de um chip implantado no nosso corpo que, comunicando
com um computador central, sinaliza em algum dispositivo mobile do médico que estamos iniciando o desenvolvimento do mal de
Alzheimer ou mesmo estamos prestes a enfartar!
Uma das prováveis consequências disso é o prolongamento da vida humana.
O avanço da IoT está diretamente relacionada ao avanço das
ciências (química, microeletrônica, nanotecnologia, biotecnologia, software,
entre outras) que permitiu a miniaturização dos chips, a incorporação de
inteligência através de softwares e, principalmente, a queda vertiginosa no
custo de produção.
Ficção?
- Não. Esta realidade vai chegar como um tsunami.
Preparem-se!
Em 2011, escrevi
um artigo titulado: INTERNET DAS COISAS: INOVAÇÃO OU REVOLUÇÃO. Neste artigo
falamos um pouco da história, conceituamos e também mostramos sua evolução e
desafios. Nas 2 próximas postagens, reproduzirei esse artigo em sua íntegra. De
propósito, mantivemos até os exemplos, para que o leitor perceba que há
praticamente 4 anos atrás, as pessoas já conviviam com a IoT no seu dia a dia.
Tenho certeza que este artigo será de grande valia para os leitores que ainda
não estão totalmente familiarizados com essa tecnologia. Posteriormente,
publicaremos em qual estágio se encontra a IoT e seus futuros avanços.
INTERNET DAS COISAS: Inovação ou Revolução?
Abstract...
Imagine você chegando em sua casa...
Segundos antes seu smartphone conecta-se ao seu portão solicitando a sua
abertura automaticamente. O vazio da sua residência passa a ser preenchido pela
sua música predileta. O aquecedor é ligado para aquecer a água na temperatura
que você gosta. Mais tarde, a campainha toca e você, ao abrir a porta, apenas
assina o boleto de confirmação de recebimento da compra de cervejas realizada
pela sua geladeira, que procurou o melhor preço e tomou a decisão da compra
porque identificou que seu estoque da bebida atingiu o mínino. Em outra situação seu relógio toma a decisão
de retardar sua chamada pela manhã em 1 hora ao identificar que um
congestionamento completo no seu percurso devido a um acidente e que o impede
de sair. Exagero? Não. Isto é a Internet das Coisas (Internet of
Things – IoT). Um conjunto de ações que podem ser realizadas por
dispositivos através de tecnologias já existentes como a própria internet,
identificações dos próprios objetos através da rádio freqüência, termo em
inglês denominado de RFID ou Radio Frequency Identification. A Internet das
Coisas já influencia, hoje, de algum modo, a nossa forma de consumir,
relacionar, fazer negócios, de ser e de viver etc. Qual será seu impacto daqui
para frente? Como aproveitá-la a favor
de nossas vidas e de nossos negócios?
Introdução
Um tempo de convergências!
Há alguns anos atrás não imaginaríamos que teríamos voz, dados e imagem
utilizando, simultaneamente, uma mesma infraestrutura, p. ex., os smartphones.
Imagine um mundo onde tudo
pode ser digital ou analógico, onde os objetos são dotados de sensores
inteligentes e na maioria dos produtos de consumo são implantadas etiquetas
RFID formando uma rede invisível. Estes minúsculos chips, produzidos em
bilhões, podem ser facilmente varridos por dispositivos wireless, conectando-os à internet via seu endereço IP, em outras
palavras, teremos objetos – “coisas” conectados com outros objetos, mudando
definitivamente a forma de nos relacionar com eles e por que não, a forma
destes objetos se comunicarem entre si. Será, e já é, uma nova maneira de comunicação
entre Pessoas com “Coisas” e “Coisas” com “Coisas”!
É isto que nos espera nos
próximos anos. Uma explosão sem precedentes de objetos inteligentes. Serão bilhões de produtos dotados com
etiquetas RFID, sensores, câmeras e atuadores, fazendo com que tenhamos uma
internet com mais coisas que pessoas conectadas. Este artigo busca descrever
esta “Internet das Coisas (IoT)” que nos permitirá compreender melhor os
complexos sistemas que compõem nossa sociedade, nossas cidades e nosso planeta.
O desafio
tecnológico. Um pouco de história...
Há algumas décadas
desenhos animados já nos envolviam com a ficção científica. Lembram-se dos “The
Jetsons?”. Nele havia carros voadores, conversas envolvendo áudio e vídeo
simultaneamente, computadores portáteis, conexões remotas entre pessoas e
objetos, etc. Desde a criação das primeiras máquinas eletrônicas (ENIAC – 1948,
que pesava 30 toneladas e ocupava um ambiente de 180 metros quadrados! –
Wikipédia - http://pt.wikipedia.org/wiki/ENIAC), passando pelo lançamento pela IBM
do Personal Computer (IBM PC –
agosto/1981) onde, com uma arquitetura simples, democratizou o acesso das
pessoas à tecnologia, o homem vem em busca de dotar cada vez mais os
computadores não só da capacidade de processar dados e gerar informações, mas
também na capacidade de gerar conhecimentos e, por si só, tomar decisões.
Surge então a Inteligência
Artificial...
Segundo a Wikipidia,
“Inteligência Artificial (IA) é um ramo da ciência da computação que se propõe
a elaborar dispositivos que simulem a capacidade humana de raciocinar,
perceber, tomar decisões e resolver problemas, enfim, a capacidade de ser
inteligente”. Num conceito livre, a IA é o
estudo de como fazer os computadores realizarem tarefas em que, no momento, as
pessoas realizam com mais eficiência.
Iniciada dos anos 1940, a
pesquisa em torno desta incipiente ciência era desenvolvida apenas para
procurar encontrar novas funcionalidades para o computador, ainda em projeto.
Com o advento da Segunda Guerra Mundial, surgiu também a necessidade de desenvolver
a tecnologia para impulsionar a indústria bélica. No
final dos anos 50 e início dos anos 60, os cientistas Newell, Simon, e J. C.
Shaw introduziram o processamento simbólico. Ao invés de construir sistemas
baseados em números, eles tentaram construir sistemas que manipulassem
símbolos. A abordagem era poderosa e foi fundamental para muitos trabalhos
posteriores.
Com o passar do tempo,
surgem várias linhas de estudo da IA, uma delas é a biológica, que estuda o
desenvolvimento de conceitos que pretendiam imitar as redes neurais humanas. Na
verdade, é nos anos 60 em que esta ciência recebe a alcunha de Inteligência
Artificial e os pesquisadores da linha biológica acreditavam ser possível
máquinas realizarem tarefas humanas complexas, como raciocinar.
Na
ficção, a IA está presente em
livros, desenhos animados e filmes. Como exemplos podemos citar o russo Isaac
Asimov, autor de histórias de sucesso como - O Homem Bicentenário e Eu, Robô e o filme AI:
Inteligência Artificial, dirigido por Steven Spielberg. Outro lado da moeda
mostra como a humanidade pode ser subjugada por máquinas que conseguem pensar
como o ser humano e ser mais frias e indiferentes a vida do que seus
semelhantes de carne e osso. Nesta linha tivemos exibições como: Matrix, 2001:
Uma Odisseia no Espaço e o Exterminador do Futuro.
Voltando ao nosso
ponto central, diferentes correntes de pensamento em IA têm estudado formas de
estabelecer comportamentos "inteligentes" nas máquinas (coisas).
Portanto, o grande desafio das pesquisas em IA, desde a sua criação, pode ser
sintetizado com a indagação feita por Minsky em seu livro "Semantic
Information Processing - 1968", há mais de trinta anos: "Como fazer as máquinas compreenderem as
coisas?”. Hoje os computadores
processam informações, geram conhecimentos e tomam decisões a partir destes
conhecimentos, atingindo o estágio da sabedoria, como exemplo, previsões
probabilísticas.
A figura abaixo ilustra esta evolução:
O avanço da
microeletrônica possibilitou o desenvolvimento de equipamentos totalmente
portáteis como os netbooks, tablets e os telefones celulares com
acesso à internet (smartphones).
Equipamentos estes que, além de nos permitirem irrestrita conectividade, já incluem
as chamadas interfaces naturais, ou seja, telas sensíveis ao toque, comando de
voz, etc.
Para
conseguirmos total conectividade entre os objetos, dispositivos, banco de dados
e redes que lidamos no dia a dia, seria necessário um sistema de identificação
simples, de baixo custo e que fosse facilmente ajustável às coisas ou fizesse
parte delas. Somente assim poderíamos ter os dados das “coisas” coletados e
processados. A nanotecnologia
e o desenvolvimento de chips cada vez menores e mais inteligentes implicou no
desenvolvimento de sensores eletrônicos cada vez mais poderosos e de etiquetas
para produtos contendo chips com Identificação por Radio Freqüência (RFID). O RFID nos permite
esta funcionalidade. Embutindo inteligência nas “coisas”, os dados coletados
nos mostrarão as alterações físicas das “coisas”, através dos sensores
eletrônicos. As informações são processadas e devolvidas à rede.
O
Gráfico abaixo ilustra a miniaturização ocorrida que, de certa forma,
viabilizou a Internet das Coisas:
Miniaturization
towards the Internet of Things
Fonte: ITU “Ubiquitous Network Sociaties and their impact
on the telecommunication industry” -
April 2005
NOTA:
Na parte 2
deste artigo, falaremos sobre o conceito de IoT, a evolução da internet, o
desafio da segurança e conclusões.